Os cabelos castanhos corriam na dança do vento, e os olhos acompanhavam as nuvens naquele dia primaveril, era apenas uma criança. Sozinha brincava junto da terra, a natureza criava brilho no olhar que percorria o escuro que carregava. Uma criança que cresceu, sem ti… sem protector, sem apoio paterno, sem o teu abraço. Não sei qual o teu cheiro, o calor das tuas mãos a tocar as minhas bochechas. Não consigo amar-te, chamar-te pai. Continuo a ser a pequena criança que brinca sozinha, porque tu nunca me mostras-te a direcção do vento, porque as nuvens se movem sozinhas, porque a primavera nasce sem cor aos meus olhos …
Porque o meu corpo imerge por esta amargura , o corpo de uma pequena criança que se tornou mulher …
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