terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Sem titulo

O velho piano ao fundo da sala já nada me diz
Nem a melodia me lembra
Nem recordações de quem amei
Quando jovem, pura, uma criança
Que jura sem mentir
Com olhos de oiro
Sem promessas de um futuro
Desenhado em telas vazias
Sem cor ou tons azulados
Ou cinzento morto
Em tons amarelados,
Pai que ama protege
A criança que cresceu
Pintando o vazio
Sem pincéis gastos
Pai que ama
Afasta os medos
Apagando os seus rastos

"Ao meu demónio negro"

Devora minha alma,
Em lentas carícias,
Mata meu ser com toda a calma,
Sem deixar vestígios ou malícias
Por todo meu corpo cansado
Que já não espera o depois
Sem ser devorado ou amado
Em melodia, verso ou canções
Caminho a vós
Meu ser adorado,
Contra esse vento veloz
Que arrasta a triste saudade
Sentimento infeliz, sim
Meu velado amor,
Mágoa que mata assim
Me deixando sem dor!
Maldita ansiedade,
Que ainda olha o céu,
Esperando véu um rasto teu,
Demónio negro, diamante de felicidade!
(ao som de uma bela melodia “Paino concerto No. 5 in E Flat Major, 'Emperor', Op. 73: 2nd Movement” Ludwig van Beethoven )