quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Se...

Se a essencia da vida esta na palma da tua mao, escreve o meu destino, Se a felicidade reside nos teus olhos, olha-me como se nada mais existisse, porque se tens tudo para me fazer acreditar que o sol brilha entre a escuridao do nosso fim, traz essa luz ofuscante que cega o tilho do nosso caminho.
Se a chuva apagar as linhas que as tuas maos desenharam, em formas perfeitas, volta atras e resgata-me das encruzinhadas, em que me perdi, cansada de te procurar depois de acordar do sonho de tu existires na resistencia do sol, entre a luta das trevas.

Se...


Se caminhar entre o fim e o começo,não te traz saída, se o imaginar não te traz o sonho, procura-me no mais infinito pesadelo. Se a prisão de amar não te traz dor, talvez a dor te traga a liberdade de amar. O ser mais imperfeito ama o defeito do ser mais perfeito, entre o ser e o querer está a razão de viver.



Metzli Bast

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Onde estás pai...

Procurei todos estes anos o vazio que deixas-te... o incomodo que causas ainda em mim, onde estás afinal? Por onde seguis-te, serei eu que nao te sigo?
Desculpa... nao és tu que erras, eu é que peco.
Mas nao pedirei perdao por ser quem sou
Nao podes julgar-me, nao es forte o suficiente, nao podes matar-me, continuas a nao ser forte, porque eu sou quem agarra a corda no meu pescoço, eu levar-te-ei ao inferno. Serei sempre quem espera, tu um dia irás voltar...porque eu sei sofrer, sei perdoar!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Tentativa falhada (Parte ||)

Enrolo os dedos no cabelo e puxo na tentativa de obter qualquer tipo de dor física maior á dor que sinto dentro de mim.
Tento por fim a isto.
E mais uma vez a lamina que cortou a pele deixando ver o que ela escondia, que eu julgava ser apenas um grande vazio, fez ferver o sangue que carregava nas veias. Sangrei. Não por ti..
Chorei…não por ti.
Sofro ainda, não sei se por ti ou por mim.
O sangue que me desce as mãos é quente, mas o coração bate tão lentamente… mais uma vez as perguntas que me assombram: Porque amar-te já não me traz a vontade de viver?
Que faço eu aqui?
Porque quero morrer?
De todas as perguntas queria pelo menos ter resposta de uma e construir o meu puzzle.
A dor novamente, apenas porque te recordei. Mas continuo a cortar a minha pele como se nada fosse, alguns dirão que sou maluca, outros apenas perceberam todas as lágrimas que ainda tenho para chorar, todas as noites que passarei no piano, todas as tardes que irei passar a escrever…sozinha…
Tudo isto porque tu partis-te e deixaste-me novamente…aqui…junto do precipício

Tentativa falhada

terça-feira, 11 de maio de 2010

Vivi por momentos


Corredores vazios.
Percorri-os,
Mas apenas o olhar vazio o acompanhava, milímetro por milímetro, que posso mais eu dar, se nada tenho a oferecer. Corpo firme no chão frio, nem uma palpitação…de novo…aquela melancolia que me invade os olhos…calma, são apenas lágrimas.
Ainda continuo no compasso dos corredores fechados, e as lágrimas acompanham a dança do meu corpo inerte. Sinto algo a agarrar-me, incrível o meu poder de sentir os outros, mas é novamente a tua miragem, como posso eu sentir falta do teu corpo se nunca o toquei.
Tapo a cabeça, mas a chuva nem por isso para, embata na minha cara branca leva com elas todas as lágrimas perdidas momentos antes, já nada me faz parar e tentar reatar a alma, estou perdida neste mar de raiva.
Negro que me acompanha é retirado com desdém do meu corpo gelado, e a água rude das chuvas e substituída pela água quente que queima a pele. O meu corpo relaxa, e a tinta vermelha dos cabelos vai saindo, já não tem importância.
Aquele frio novamente, aconchego-me meu corpo nu no fundo do quarto, encosto-me á parede negra e olha a janela, é Primavera. Será que a Natureza também finge viver?
Ou tal como eu…é feliz por momentos e volta a morrer?

Reviver..

Abismo

domingo, 9 de maio de 2010

Novamente

Respiro….ainda respiro…tento acalmar o que ainda tenta procurar mais ar. Que me trouxe aqui afinal, perdi de vez a consciência? Afinal, o que é a consciência? Terei eu alguma vez conhecido alguém com tal coisa? Terei eu alguma vez me conhecido? Sem ser aquela figura que o espelho reflecte… os meus olhos que tão pouco viram, mas tanto já sofreram. Escura a névoa da noite que arrasta corações, não quer mais isto….
Não quero voltar a amar, voltar a chorar, voltar a morrer, não quero ….
O que muda afinal? Mais uma facada junto do meu peito … deixou-me voltar a cair, não êxito nem um único segundo, cairei mais a frente,abismo fundo,veneno….oh…meu doce veneno, de ti já o meu corpo esta possuído. Dos teus lábios frios a minha pele ainda tem a marca, do teu cabelo preto que cobria a minha face.
Mas eu não quero mais…liberta-me do teu veneno, irás morrer.
Iremos morrer os dois…
Novamente.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Banalmente esquecida..

Já fui chama ardente,
Apagada com a tua lágrima,
Fui louca demente
Perdido em vão sem mágoa.

Já fui o teu sonho
Apagada com o teu acordar,
Fui gaivota, no teu céu
Onde o medo não me deixava voar.

Já fui poema escrito,
Em folhas de cartão,
Fui o teu soneto mal dito,
Perdido no teu coração.

Já fui lembrança esquecida
Cortada entre o respirar.
Fui banalmente esquecida,
Apagada do teu olhar!

Metzli Bast
22 Novembro 2009

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Sem titulo

O velho piano ao fundo da sala já nada me diz
Nem a melodia me lembra
Nem recordações de quem amei
Quando jovem, pura, uma criança
Que jura sem mentir
Com olhos de oiro
Sem promessas de um futuro
Desenhado em telas vazias
Sem cor ou tons azulados
Ou cinzento morto
Em tons amarelados,
Pai que ama protege
A criança que cresceu
Pintando o vazio
Sem pincéis gastos
Pai que ama
Afasta os medos
Apagando os seus rastos

"Ao meu demónio negro"

Devora minha alma,
Em lentas carícias,
Mata meu ser com toda a calma,
Sem deixar vestígios ou malícias
Por todo meu corpo cansado
Que já não espera o depois
Sem ser devorado ou amado
Em melodia, verso ou canções
Caminho a vós
Meu ser adorado,
Contra esse vento veloz
Que arrasta a triste saudade
Sentimento infeliz, sim
Meu velado amor,
Mágoa que mata assim
Me deixando sem dor!
Maldita ansiedade,
Que ainda olha o céu,
Esperando véu um rasto teu,
Demónio negro, diamante de felicidade!
(ao som de uma bela melodia “Paino concerto No. 5 in E Flat Major, 'Emperor', Op. 73: 2nd Movement” Ludwig van Beethoven )