quarta-feira, 12 de maio de 2010

Tentativa falhada (Parte ||)

Enrolo os dedos no cabelo e puxo na tentativa de obter qualquer tipo de dor física maior á dor que sinto dentro de mim.
Tento por fim a isto.
E mais uma vez a lamina que cortou a pele deixando ver o que ela escondia, que eu julgava ser apenas um grande vazio, fez ferver o sangue que carregava nas veias. Sangrei. Não por ti..
Chorei…não por ti.
Sofro ainda, não sei se por ti ou por mim.
O sangue que me desce as mãos é quente, mas o coração bate tão lentamente… mais uma vez as perguntas que me assombram: Porque amar-te já não me traz a vontade de viver?
Que faço eu aqui?
Porque quero morrer?
De todas as perguntas queria pelo menos ter resposta de uma e construir o meu puzzle.
A dor novamente, apenas porque te recordei. Mas continuo a cortar a minha pele como se nada fosse, alguns dirão que sou maluca, outros apenas perceberam todas as lágrimas que ainda tenho para chorar, todas as noites que passarei no piano, todas as tardes que irei passar a escrever…sozinha…
Tudo isto porque tu partis-te e deixaste-me novamente…aqui…junto do precipício

Tentativa falhada

terça-feira, 11 de maio de 2010

Vivi por momentos


Corredores vazios.
Percorri-os,
Mas apenas o olhar vazio o acompanhava, milímetro por milímetro, que posso mais eu dar, se nada tenho a oferecer. Corpo firme no chão frio, nem uma palpitação…de novo…aquela melancolia que me invade os olhos…calma, são apenas lágrimas.
Ainda continuo no compasso dos corredores fechados, e as lágrimas acompanham a dança do meu corpo inerte. Sinto algo a agarrar-me, incrível o meu poder de sentir os outros, mas é novamente a tua miragem, como posso eu sentir falta do teu corpo se nunca o toquei.
Tapo a cabeça, mas a chuva nem por isso para, embata na minha cara branca leva com elas todas as lágrimas perdidas momentos antes, já nada me faz parar e tentar reatar a alma, estou perdida neste mar de raiva.
Negro que me acompanha é retirado com desdém do meu corpo gelado, e a água rude das chuvas e substituída pela água quente que queima a pele. O meu corpo relaxa, e a tinta vermelha dos cabelos vai saindo, já não tem importância.
Aquele frio novamente, aconchego-me meu corpo nu no fundo do quarto, encosto-me á parede negra e olha a janela, é Primavera. Será que a Natureza também finge viver?
Ou tal como eu…é feliz por momentos e volta a morrer?

Reviver..

Abismo

domingo, 9 de maio de 2010

Novamente

Respiro….ainda respiro…tento acalmar o que ainda tenta procurar mais ar. Que me trouxe aqui afinal, perdi de vez a consciência? Afinal, o que é a consciência? Terei eu alguma vez conhecido alguém com tal coisa? Terei eu alguma vez me conhecido? Sem ser aquela figura que o espelho reflecte… os meus olhos que tão pouco viram, mas tanto já sofreram. Escura a névoa da noite que arrasta corações, não quer mais isto….
Não quero voltar a amar, voltar a chorar, voltar a morrer, não quero ….
O que muda afinal? Mais uma facada junto do meu peito … deixou-me voltar a cair, não êxito nem um único segundo, cairei mais a frente,abismo fundo,veneno….oh…meu doce veneno, de ti já o meu corpo esta possuído. Dos teus lábios frios a minha pele ainda tem a marca, do teu cabelo preto que cobria a minha face.
Mas eu não quero mais…liberta-me do teu veneno, irás morrer.
Iremos morrer os dois…
Novamente.