terça-feira, 11 de maio de 2010

Vivi por momentos


Corredores vazios.
Percorri-os,
Mas apenas o olhar vazio o acompanhava, milímetro por milímetro, que posso mais eu dar, se nada tenho a oferecer. Corpo firme no chão frio, nem uma palpitação…de novo…aquela melancolia que me invade os olhos…calma, são apenas lágrimas.
Ainda continuo no compasso dos corredores fechados, e as lágrimas acompanham a dança do meu corpo inerte. Sinto algo a agarrar-me, incrível o meu poder de sentir os outros, mas é novamente a tua miragem, como posso eu sentir falta do teu corpo se nunca o toquei.
Tapo a cabeça, mas a chuva nem por isso para, embata na minha cara branca leva com elas todas as lágrimas perdidas momentos antes, já nada me faz parar e tentar reatar a alma, estou perdida neste mar de raiva.
Negro que me acompanha é retirado com desdém do meu corpo gelado, e a água rude das chuvas e substituída pela água quente que queima a pele. O meu corpo relaxa, e a tinta vermelha dos cabelos vai saindo, já não tem importância.
Aquele frio novamente, aconchego-me meu corpo nu no fundo do quarto, encosto-me á parede negra e olha a janela, é Primavera. Será que a Natureza também finge viver?
Ou tal como eu…é feliz por momentos e volta a morrer?

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